O magnífico fato de ter um filho é extraordinário para as mulheres que desejam passar pela experiência de conhecer a pureza do verdadeiro amor
Não é novidade para ninguém as multifunções que uma mulher exerce, mas nada se compara à amplitude de ser mãe. Como já escreveu Mário Quintana: “MÃE…és do tamanho do céu e apenas menor do que Deus!”. É no abraço dela que alcançamos o infinito, a cura do incurável, o amor indescritível… e, nas horas onde não temos mais força, ela se transforma em nosso porto seguro.
Nos últimos tempos um grande mal esmoreceu a terra e nossas mães ou nós mães tivemos que nos reinventar, mais do que nunca, para lidar com o desconhecido que, da noite para o dia, impôs terror, medo e uma avalanche de desafios, alguns inimagináveis.
A chefe de Apoio Administrativo da Procuradoria de Pessoal, da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), Tatiane Vessia Oliveira Rios, conta que precisou se adaptar à nova realidade como milhões de mulheres e viu suas tarefas triplicarem: “Há oito anos meu filho Arthur ficava integralmente na escola, desde os seis meses de vida dele nossa rotina era essa… e, com a pandemia, tivemos que nos reinventar e aprendermos juntos como administrar o tempo onde não havia mais diferença física entre casa, trabalho e escola, já que eu estou em home-office e ele continuou estudando on-line. Em casa nós três nos fortalecemos ainda mais”, afirma.
Mesmo com o excesso de atribulações, Tatiane ressalta que ser mãe é maravilhoso. “É divina a maternidade. Eu fazia tratamento médico e não conseguia engravidar, então, quando já tínhamos aceitado a situação, soubemos da existência do Arthur e foi extraordinário, porque ele chegou de forma natural. Digo que ele é presente de Deus em minha vida, meu estímulo, minha razão… e quando penso em render-me às dificuldades é meu filho que me traz ânimo para continuar a caminhada”, comenta emocionada.
Outra mulher que acredita que “ser mãe é transcender-se, é sair deste plano e ir para outro infinitamente maior, mais próximo de Deus, do divino” é a procuradora do Estado Virginia Helena Leite Barreira. Antes mesmo da pandemia ela já havia alterado sua rotina; mudou-se de cidade por causa de um dos seus filhos.
“Há seis anos sou mãe do Carlos Alberto e há três do Leonardo. Os dois são um milagre na minha vida, mas o Léo, por ter paralisia cerebral, demanda mais atenção e, para poder atendê-lo da melhor forma possível, nossa família há quase dois anos mora em Goiás – local onde oferece o tratamento que ele precisa. Com a chegada da pandemia, ficamos completamente isolados e o lado bom é que pude ‘enxergar’ melhor, ‘ler’ melhor eles. Tudo aumentou em relação às minhas funções, pessoal e profissional, mas mesmo assim sou grata porque evoluí e me desenvolvi como mãe e mulher. A relação entre nós quatro ficou mais afinada. Hoje posso garantir que somos uma família melhor”, revela.
Ela lembra que um dos momentos mais marcantes não só da maternidade, mas também de sua vida, foi o nascimento do seu caçula. “Os médicos tinham dúvidas se o meu filho iria sobreviver, porque durante a gravidez, em todos os exames, não víamos a massa cefálica dele. Quando ele nasceu e escutei o chorinho, ele mamou e soubemos que seus sinais vitais estavam ok, foi uma emoção indescritível, imensurável. É trabalhoso se desdobrar como mãe, mulher, profissional, esposa, dona de casa, mas é muito prazeroso e satisfatório viver assim”, confessa extasiada pelas lembranças e pela gratidão à vida.
Mais uma mãe que se delicia com este papel e que com a pandemia teve sua vida transformada é a procuradora do Estado Thais Gaspar. Na verdade, antes mesmo deste caos no qual estamos passando, ela viveu um grande desafio pessoal: a luta contra um câncer durante a gravidez do seu segundo filho.
“Tenho o Bruno, com sete anos, e o Felipe, de um ano e quatro meses e quando fui diagnosticada com a doença as únicas coisas que pensava era que não podia morrer e nem perder meu bebê… foi uma fase bem difícil, mas deu tudo certo e ele acabou nascendo no mesmo dia do meu aniversário, em 2020. Antes mesmo desse período em minha vida, eu já havia tido duas perdas gestacionais que foram dolorosas, por isso, esta diferença de idade entre os dois”, relata.
Durante a conversa, ela destaca um fato que todas as mães sentem quando vivenciam a maternidade: a descoberta do valor do tempo. “Quando um filho nasce, não temos mais o nosso tempo. Tudo envolve o tempo da criança e, às vezes, uma fase ou outra demora a passar, mas sempre tem um fim… Eu aprendi com eles e com a minha saúde a respeitar o tempo da criança, da vida e não ter pressa em viver. Aproveitar cada detalhe é essencial”, finaliza.
Mãe de Tarik, 15, e Gabriel, 9, a procuradora-Geral do Estado, Fabíola Marquetti Sanches Rahim, reflete e garante que a palavra mãe é cercada de muitos significados mas, na atual fase na qual vivemos, acredita que o melhor que se aplica é: admiração.
“Admiração pelas mães. Esta é a palavra. As mulheres são seres muito fortes e Deus demonstrou isso, desde sempre, porque coube a nós o ato de gerar um ser, de construir um ser humano dentro de nós. Afora isso, criar é ainda mais difícil porque temos os desafios do dia a dia, as personalidades diferentes dos filhos, as dificuldades… e, neste momento, tudo isso ficou ainda mais sensível devido à situação extrema em que a gente vive há mais de ano; em que essas crianças estão trancadas dentro de casa, com as atividades limitadas e, com certeza, a sensibilidade de todos nós está a flor da pele… e como mãe é um exercício ainda mais difícil a gente não deixar a família se desestruturar, continuar cuidando de nós, de nossos filhos, de todos para manter a união, o amor e a integração que Deus confiou a nós”, declara.
HISTÓRIA
A celebração do Dia das Mães teve origem na Grécia e Roma Antiga, mais precisamente nas festas primaveris. Porém, foi nos Estados Unidos que a festa, como a conhecemos hoje, tomou visibilidade como resultado da ação de Anna Jarvis, uma norte-americana que propôs a criação do Dia das Mães como uma maneira de homenagear sua mãe, Ann Jarvis. A data foi oficializada nos EUA em 1914 pelo presidente Woodrow Wilson (1856-1924).
No Brasil, a comemoração oficial começou em 1932, após um decreto emitido pelo presidente Getúlio Vargas. A criação da data no País foi resultado dos esforços realizados pelo movimento feminista brasileiro. O decreto que a oficializou é o de nº 21.366, assinado em 5 de maio daquele ano. Contudo, o primeiro registro de festividade referente ao Dia das Mães, de que se tem conhecimento em nosso País, é de 1918. Esse documento fala de uma celebração do tipo realizada em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
DICAS
O próximo domingo, 9 de maio, será o segundo Dia das Mães em que muitos filhos não terão a oportunidade de estar com suas progenitoras ou com aquela pessoa especial que faz parte de sua vida e cumpre com muito amor e dedicação esta função. Um dia em que muitos vão sentir novamente uma saudade enorme no peito, por não poderem abraçar, nem beijar uma das maiores preciosidades que possuem: a mãe.
Mas isso não quer dizer que devemos deixar a tristeza tomar conta. Pelo contrário, é preciso ressignificar este momento e encontrar novas maneiras de comemorar, de “estar junto”, mesmo que distante. Então, para não passar em branco essa data especial, leia abaixo algumas sugestões para que você possa surpreender a sua mãe, sem que para isso, tenha que desrespeitar o isolamento social. Confira:
- Escreva memórias e recordações – detalhe todos aqueles momentos que aquecem seu coração, dos mais simples aos mais especiais. Para entregar, coloque o conteúdo em um template, criado por você mesmo ou algum aplicativo de edição de texto ou imagem, e envie por e-mail, por aplicativos de mensagens e afins;
- Faça um vídeo com fotos de vocês ou com uma declaração de amor – depois é só utilizar alguma das ferramentas que a tecnologia proporciona e envie para a mulher mais amada da sua vida;
- Compre um voucher – dê um produto ou serviço que ela mais gosta ou que você queira surpreendê-la e que ela possa aproveitar depois que tudo isso passar. Já imaginou sua mãe em um spa, um dia no salão de beleza, um vale compras em uma livraria ou na loja que ela mais gosta, uma viagem? Nossa, existem tantas opções!!! E você pode escolher de acordo com o seu bolso;
- Monte uma cesta ou já compre pronta – depois de tudo muito bem higienizado peça para um entregador deixar na casa dela. Pode ser de café da manhã, do chá da tarde, de vinhos, de guloseimas… você, mais do que ninguém, sabe o que ela gosta;
- Tomem café juntos ou almocem – calma!!! Só se for por videochamada. Ainda não podemos estar fisicamente no mesmo local, mas a tecnologia nos permite nos aproximarmos um dos outros;
- Show exclusivo ou kit live – faça uma seleção de shows, ao vivo, de artistas que ela gosta e/ou prepare um kit com itens que ela amaria comer e beber, bem como um pijama ou almofadas para ela assistir de camarote e muito bem confortável dentro de casa.
Mas não se esqueça, o mais importante dessa data é demonstrar o amor e a gratidão por tudo que as mães representam. Não deixe passar em branco e lembre-se que, mesmo com todas as dificuldades, é primordial se aproximar de quem se ama, nem que seja pela internet.
Feliz Dia das Mães, em especial, a todas que integram a Procuradoria-Geral do Estado de Mato Grosso do Sul.
Fotos das personagens: Arquivo pessoal
Fotos internas e capa: Pixabay e Pexels
Arte: Karla Tatiane