Campo Grande (MS) – Você se lembra quais eram seus planos e expectativas para o futuro quando tinha apenas 12 anos? Com essa idade, a procuradora do Estado e coordenadora da PGE/Cjur/SAD, Doriane Gomes Chamorro, já tinha decidido que sua trajetória profissional seria trilhada na advocacia, mesmo sem nenhuma referência dessa profissão na família.
“Advocacia foi a primeira profissão que eu pensei e trabalhei em torno disso. Nunca pensei ser outra coisa. Eu conheci a profissão vendo filmes norte-americanos de júri e julgamento e aquilo me despertou, porque achava bonito fazer justiça e atuar na defesa de alguém. Quando eu defini, nunca me vi fazendo outra coisa. Foi uma decisão muito certa para mim”, relembra.
Desde que entrou no curso de Direito, a sua trajetória sempre esteve ligada à advocacia. No final do primeiro ano de faculdade, já estava estagiando em escritório e assim que concluiu o ensino superior foi contratada como advogada, permanecendo nessa função até 2005.
A única exceção foi na atuação seguinte, quando trabalhou como assessora de juiz por sete anos. Entretanto, foi neste período em que decidiu realizar concurso público para crescer profissionalmente, ter estabilidade e uma outra perspectiva de futuro.
“Eu sempre quis ser advogada, tanto que prestei concurso público só para a área de advocacia. Estudei quatro anos para conseguir passar no concurso público da Procuradoria-Geral do Estado, que eu queria. Quando eu comecei a estudar com afinco, defini que era aqui, onde sempre morei, porque não queria mudar de Campo Grande e ficar longe da minha família”, diz Doriane.
Com a determinação que vinha desde a infância, Doriane obteve êxito no seu planejamento: foi aprovada no concurso público da PGE no local que desejava. E o mais curioso é que o número 12 estava se repetindo na sua vida e bem na época do seu aniversário.
Digo isso, pois a nomeação como procuradora do Estado foi publicada no dia 19 de março de 2012; o exame médico foi realizado em 21 de março, dia do seu aniversário, e a posse ocorreu no dia 23 daquele mês – período marcante na vida da servidora.
Ao longo desses oito anos na instituição, Doriane atuou no interior do Estado – na área do Contencioso –, depois retornou para a capital e foi lotada na Coordenadoria Jurídica (Cjur/Sejusp), Procuradoria de Suporte, Cjur/SAD, Gabinete da PGE e, recentemente, retornou para a Cjur/SAD como coordenadora.
“Na SAD é uma atuação bem dinâmica e bem voltada ao Consultivo e assessoramento direto para a secretária. Não temos Contencioso, então, respondemos consultas e fazemos um assessoramento jurídico, seja da nossa matéria, que é pessoal e previdenciário, mas também de tudo que é voltado à secretaria. Além disso, também fazemos muita análise de projeto de lei, de decreto, até às vezes minutar”, pontua sobre a rotina diária atual.
Apesar de ter conquistado o cargo público que queria, a procuradora acredita que os desafios são constantes e nunca acabam. Além disso, o estímulo é justamente de se manter sempre atualizada para fazer o serviço da melhor maneira possível.
“Estou no cargo que eu sempre quis, mas eu acho que o fato de eu ter passado no concurso público não foi o ponto final. Sempre quero dar o melhor de mim naquilo que eu faço, então para isso, você precisa de atualização constante. Diuturnamente você precisa estudar, até porque as leis mudam, então você sempre precisa estar atualizada e isso não acaba nunca. Espero levar isso até a aposentadoria”, revela.
Fazendo uma análise geral da participação das mulheres no meio jurídico, a procuradora acredita que a área é, relativamente, equilibrada com representatividade feminina e, como um todo, com mulheres batalhando pelo seu lugar de destaque.
Os postos de destaque ocupados por mulheres seguem ainda em construção, mas esse não é o caso da PGE, que desde 1º de janeiro de 2019 é dirigido por Fabíola Marquetti Sanches Rahim, primeira procuradora-Geral mulher. Além disso, do quadro de 90 procuradores de Estado, 37 são mulheres advogadas públicas.
“Esse número serve de incentivo para as mulheres verem que elas podem alcançar sim esses lugares de destaque, que elas têm competência sim, que inclusive elas têm capacidade de dirigir uma instituição e muito bem”, destaca.
Ainda complementa dizendo, “o fato de ter mulheres à frente, mulheres profissionais, sejam advogadas em escritório ou no serviço público, demonstram que mulher pode e que mulher é capaz, mulher pode chegar lá, mulher pode fazer o que quiser, que temos liberdade tanto quanto qualquer ser humano de ser aquilo que quisermos ser”, finaliza.
Texto e capa: Ascom SAD